Timbre ABE

Prof. Dr. A. A. Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e curadoria científica
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No. 89 (2004: 3)


 

Titulo Coloquio 450 anos

    Entidades promotoras
    Academia Brasil-Europa
    I.S.M.P.S./I.B.E.M.: Instituto de Estudos Culturais do Mundo de Língua Portuguesa/Instituto Brasileiro de Estudos Musicológicos

    Em cooperação com
    Seminário de Musicologia da Universidade de Bonn, República Federal da Alemanha

    e apoios das seguintes instituições

    Secretaria de Cultura do Município de São Paulo
    Centro Cultural São Paulo
    Discoteca Oneyda Alvarenga
    Theatro Municipal de São Paulo
    Páteo do Colégio
    Philharmonia Brasileira
    Prefeitura e Câmara Municipal de Joanópolis
    Academia Brasileira de Música
    Fundação Casa Rui Barbosa
    Museu Casa Burle Marx, SPHAN
    Museu Imperial, MInC
    Instituto Politécnico de Coimbra
    Instituto de Estudos Clássicos da Universidade de Coimbra
    Associação Cante e Dance com a Gente RS
    Philharmonia Brasileira
    Instituto dos Meninos Cantores de Petrópolis

    Direção geral
    Dr. Antonio Alexandre Bispo

 

Identidade Paulista e Música

450 ANOS DE SÃO PAULO
COLÓQUIO INTERNACIONAL DE ESTUDOS INTERCULTURAIS
ACADEMIA BRASIL-EUROPA

Almoço de congraçamento
14 de março de 2004

 

Almoço de congraçamentoO dia de abertura do Colóquio Internacional de Estudos Interculturais pelos 450 anos de São Paulo foi marcado por um almoço de boas vindas dos participantes antes da sessão inaugural do mesmo. O almoço teve lugar em tradicional restaurante paulista, o restaurante São Paulo. A escolha do local teve como objetivo dirigir a atenção, - de modo informal mas sensibilizador para os participantes de fora - a questões da música popular nas suas relações com a identidade paulista e paulistana. Durante o almoço assistiu-se a uma apresentação do tradicional conjunto Os Demônios da Garoa.

O papel da música na identidade de bairros foi sugerido como questão digna de ser tratada através de algumas das peças apresentadas. Por outro lado, considerou-se a questão da transformação de identidades, da historicidade de imagens urbanas e de suas expressões musicais.

Se a música exerce função tão significativa na atração dos ouvintes para determinados grupos, levando à participação em expressões de cunho identificador e contribuindo, assim, à integração, então deve-se levantar a questão se expressões do passado não oferecem apenas a oportunidade para congraçamento com um espectro já histórico do complexo da identidade cultural.

A historicidade da imagem urbana e da identificação de seus habitantes faz com que o retrato mental da cidade se modifique com o decorrer dos tempos.

No caso de São Paulo, a imagem manifestada pelos choros, sambas e outros gêneros populares de décadas passadas do século XX não foi certamente aquela do século XVI e de outros séculos de São Paulo colonial. Também não o do São Paulo oitocentista, marcada pela vida estudantil da Faculdade de Direito, nem o do São Paulo monumental e europeu da passagem do século.

Uma questão a ser tratada seria se dentro da processualidade da formação e transformação de identidades e suas imagens haveria alguma fase que apresentasse uma certa duração maior ou que se cristalizasse como particularmente caracterizadora. Poder-se-ia falar assim de uma característica paulista ou de paulistanismo na cultura musical?

Que o patrimônio cultural de uma cidade não inclui apenas monumentos, edifícios emblemáticos e seus entornos é questão praticamente fora de dúvida. Deveria porém incluir apenas determinados conjuntos de expressões que por algumas gerações tornaram-se característicos e carregados de forte potencial de nostalgia? Não haveria o perigo de se não considerar no repertório patrimonial expressões que já não apresentam potenciais emotivos resultantes da memória de determinados grupos? Não seria o caso de se considerar muito mais o aspecto processual de desenvolvimentos na discussão dos bens patrimoniais?

 

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