Prof. Dr. A. A. Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e curadoria científica
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No. 85 (2003: 5)


 

    Entidades promotoras
    Akademie Brasil-Europa
    I.S.M.P.S. e.V./I.B.E.M.: Institut für Studien der Musikkultur des portugiesischen Sprachraumes/Instituto Brasileiro de Estudos Musicológicos
    ACDG: Associação Cultural Cante e Dance com a Gente (Novo Hamburgo RS)
    Institut für hymnologische und musikethnologische Studien e.V. (Maria Laach)

    Direção geral
    Dr. Antonio A. Bispo
    Direção Forum RS
    Dra. Helena de Souza Nunes, Rodrigo Schramm

 

CARIMBÓ IN VIGIA, PARÁ

[Zusammenfassender Bericht]

Luís Fernando de Andrade

 

Carimbó na Vigia, Pará

Luís Fernando de Andrade

Este projeto de pesquisa de Carimbó em Vigia, no Estado do Pará, foi iniciado há vários anos e desenvolvido com a colaboração de vários pesquisadores da cultura e da música. O Carimbó apresenta fundamentalmente os mesmos passos do Xaxado do Nordeste. O esquema da sucessão dos passos foi estudado e analisado, de modo que foi possível constatar a analogia entre as duas danças. Entretanto, possuem características próprias que as diferenciam.

O Xaxado parece ser definido sobretudo por uma posição dirigida para a frente, enquando que no Carimbó o principal significado reside no girar. No Xaxado é possível que se volte ao ponto inicial, e o circular não é fato tão salientado, pois a graça da dança reside no movimento de ir e vir. No Carimbó, os pés mudam de direção a cada passo, traçando figuras de círculos e serpenteios no chão. A atenção dos observadores é atraída sobretudo para as cinturas das mulheres e para os braços semi-abertos dos homens. Eles imitam pássaros no ato do acasalamento. Os braços curvados sugerem asas semi-abertas e os olhos fixam a parceira em atitude de provocação e expectativa. O Xaxado acentua a leveza dos passos e a elegância dos dansarinos, o Carimbó imita com os mesmos passos o namoro dos pássaros, quando a fêmea se deixa fascinar pela atitude do macho. Até hoje tem-se visto no Carimbó um elemento cultural de influência africana, pois os pés tocam constantemente o chão. Deve-se lembrar, porém, que também as danças indígenas podem ser de cunho imitativo e que também nelas os pés apenas se levantam levemente do chão. O balanço do corpo, a sensualidade e os gestos não parecem sugerir, entretanto, uma expressão cultural de origem indígena. Nos textos surgem nomes de animais e situações que demonstram uma forma de vida muito próxima à fauna, flora, terra e água de uma ambiente ainda dominado pela força da natureza.

Como elemento de festas, o Carimbó é praticado à frente das casas. Categorias sociais não parecem desempenhar papel especial. O importante é sobretudo o desejo de reunir muitas pessoas para cantar e dançar. Em geral, acontece à tarde, após o trabalho, quando a temperatura já está mais agradável. O Carimbó pode também ser realizado em ocasiões especiais, por exemplo no âmbito da festa do Círio de Nazaré, que em Vigia é celebrada em setembro.

Não se pode prever se o Carimbó na região do Salgado terá futuro ou não. Pode-se, porém, com certeza, afirmar que se ele desaparecer, os habitantes locais perderão uma forma importante de expressão de sua identidade cultural. Ele é um dos principais meios de compensação para as dificuldades da vida, que é caracterizada pela pobreza e pelas perspectivas restritas de realização pessoal. Essas danças são realizadas por pessoas cujas profissões são estreitamente vinculadas com a Natureza. Esse elo com o meio ambiente se manifesta também na medicina regional. O Carimbó pertence a esse contexto. Com a perda de um de seus elementos, o todo certamente sofrerá.

O conjunto musical do Carimbó se coloca próximo a um muro ou a uma parede. No centro ficam os instrumentos, em geral banjo, viola, flauta e percussão. O início é feito com a chamada para o Carimbó. A participação é aberta a todos, adultos ou crianças. Os espectadores formam uma espécie de muro protetor dos participantes na dança. Aumentando o número, afastam-se, dando maior espaço para a movimentação.

Um bom dançarino é aquele que, com os seus gestos e movimentos, bem se comunica com o parceiro na representação simbólica do acasalamento de pássaros. Não há trajes típicos, a não ser em grupos que atuam comercialmente para fins turísticos. As mulheres, entretanto, costumam vestir roupas justas, que salientam as cinturas, fato necessário no simbolismo da dança. Os homens vestem calças largas.

Dieses Forschungsprojekt über den Carimbó in Vigia im Staat Pará wurde in Zusammenarbeit mehrerer Kultur- und Musikforscher vor Jahren in Gang gesetzt. Der Carimbo hat dieselben Grundschritte wie der Xaxado des Nordostens. Das Schema der Schrittfolge wurde erarbeitet und analysiert, so daß die Analogie beider Tänze festgestellt werden konnte. Dennoch haben beide Tänze Eigenarten, die sie voneinander unterscheiden. Der Xaxado scheint sich mehr durch eine nach vorne gerichtete Gesamthaltung zu definieren, während beim Carimbó eher das Drehen der Tänzer von Bedeutung ist, die ununterbrochen kreisen. Im Xaxado ist es möglich, zum Anfangspunkt zurückzukehren, und die Runden werden nicht so sehr hervorgehoben, da die Anmut des Tanzes eher in einer Hin- und Herbewegung liegt. Im Carimbó ändern die Füße die Richtung bei jedem Schritt, um Kreise und Schlangenfiguren auf dem Boden auszuführen. Die Aufmerksamkeit der Zuschauer wird jedoch auf die Bewegung der Hüften der Tänzerinnen und auf die halbgeöffneten Arme der Tänzer gerichtet. Sie ahmen nämlich Vögel bei der Paarung nach. Die gebogenen Arme deuten auf die halbgeöffneten Flügel hin, und die Augen fixieren die der Partnerinnen in einer Haltung von Provokation und Erwartung. Der Xaxado betont die Leichtigkeit der Schritte und die Eleganz der Tänzer, der Carimbó imitiert mit den gleichen Schritten das Liebeswerben der Vögel, wenn das Männchen balzt und das Weibchen sich verführen läßt. Bisher wurde beim Carimbó als ein Element afrikanischer Herkunft angesehen, daß die Füße stets den Boden berühren. Es ist jedoch daran zu erinnern, daß die indigenen Tänze, wenn sie nicht religiös sind, auch imitativer Natur sind und dabei die Füße nur leicht vom Boden abheben. Das Wiegen des Körpers, die Sinnlichkeit u.a. Gesten deuten allerdings nicht auf indigene Ausdrucksweisen hin. In den Texten erscheinen Namen von Tieren und werden Situationen mythischer Art dargestellt, was eine Lebensweise suggeriert, die mit Fauna, Flora, Erde, Wasser und klimatischen Gegebenheiten eng verbunden ist.

Als ein Element von Festen wird der Carimbó in den Vorhöfen von Häusern getanzt. Dabei spielen soziale Kategorien keine besondere Rolle. Wichtig ist vor allem, viele Menschen zu versammeln, zu singen und zu tanzen. Es gibt keine feste Stunde für das Tanzen. In der Regel erfolgt es am Nachmittag nach der Arbeit, wenn auch die Temperatur etwas milder geworden ist. Der Carimbó kann auch zu bestimmten Festanlässen realisiert werden, so z.B. bei der Feier des Círio de Nazaré inm September in Vigia oder im Monat Oktober in Belém von Pará.

Es ist nicht möglich vorauszusagen, ob der Carimbó in der Salgado-Region Zukunft hat oder nicht. Man kann aber mit Sicherheit sagen, daß - wenn er verschwindet - die dortigen Menschen einen gravierenden Verlust in den Darstellungsweisen ihrer sozialen und kulturanthropologischen Identitätsmechanismen erleiden werden. Er ist auch eines der wichtigsten Kompensationsmittel für die Schwierigkeiten des Lebens, das von Armut und von einer eingschränkten Perspektive menschlicher Selbstverwirklichung gekennzeichnet ist. Diese Tänze werden von Menschen gepflegt, die Berufe ausüben, die eng mit der Natur verbunden sind: Krabbensammler oder Sammler sonstiger Nahrungsmittel in den Mangroven. Diese Verbundenheit mit der Natur zeigt sich auch in der Heilmedizin der Region. Der Carimbó gehört zu einem Kontext, in den er zutiefst verwoben ist. Wenn von diesem Komplex ein Element herausgenommen wird, dann wird die Funktion des Ganzen in Mitleidenschaft gezogen.

Das Musikensemble stellt sich beim Carimbó an eine Mauer oder eine Hauswand. In der Mitte stehen die Instrumente, nämlich in der Regel Banjo, Viola, Flöte und Schlagzeug. Der Anfang des Spiels ist zugleich Aufruf zum Carimbó. Die Teilnahme ist für alle offen, Erwachsene oder Kinder. Die Zuschauer schließen um die Tänzer eine Art schützende Wand. Bei wachsender Zahl von Tänzern entfernen sich die Zuschauer, damit mehr Raum für die freie Entfaltung gegeben ist.

Ein guter Tänzer ist derjenige, der durch seine Gesten und Bewegungen mit dem Partner in der symbolischen Darstellung der Vogelpaarung gut kommuniziert. Durch Flexibilität der Körper werden das Fliegen bzw. die Flügelbewegungen angedeutet. Es gibt dabei keine typischen Trachten, außer bei den Gruppen, die zu touristischen Zwecken kommerziell auftreten. Die Frauen pflegen jedoch Kleider zu tragen, die die Hüften betonen, was auch für die Symbolik des Tanzes nötig ist. Die Männer tragen weit geschnittene Hemden. Die Gliederung der Melodien wird durch kleine Phrasen gewährleistet, die die Anpassung von kurzen Vierzeilern und Dysticha an sie ermöglichen. Die melodische Gestaltung versucht entweder eine musikalische Spirale oder wellenartige Bewegungen nachzuahmen. Es ist auch daran zu erinnern, daß die ganze Umwelt der Region von Wasser gekennzeichnet ist; das Wasser beherrscht Leben und Arbeit, und zu bestimmten Jahreszeiten stehen die Häuser regelrecht im Wasser oder Schlamm.

Viele Städte nehmen für sich in Anspruch, Herkunftsort des Carimbó zu sein. Heute spricht man vom Carimbó aus Vigia, aus Marapari usw., d.h. der Tanz ist eng mit einer lokalen Identität verbunden. Der Carimbó wird weit über die Grenzen des Staates hinaus gepflegt. Es erscheint in den Grenzgebieten von Oiapoque bis zum Acre. In der Gemeinde Vigia wird allerdings sehr auf die Autorenschaft der Musik geachtet. Der Komponist wird immer erwähnt. In Macapá erscheint der gleiche Tanz unter der Bezeichnung Batuque. Bei den Karipuna- und Galibi-Marwono-Indianern wird die Bezeichnung Carimbó beibehalten, und er zeigt dieselben Charakteristika wie in Pará, wenn auch im Text indianische Merkmale zu verzeichnen ist, wie das näher analysierte Beispiel zeigt.

[Aus der Tonaufnahme des Vortrags]

 

 

 

Alguns textos dos anais do Congresso foram publicados em:/Einige Texte der Annalen des Kongresses wurden veröffentlicht in:
Musik, Projekte und Perspektiven. A.A. Bispo u. H. Hülskath (Hgg.).
In: Anais de Ciência Musical - Akademie Brasil-Europa für Kultur- und Wissenschaftswissenschaft. Köln: I.S.M.P.S. e.V., 2003.
(376 páginas/Seiten, só em alemão/nur auf deutsch)
ISBN 3-934520-03-0

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