Prof. Dr. A. A. Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e curadoria científica
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N° 70 (2001: 2)


 

 

Brasil 2000
Colóquio/Kolloquium

J.S.BACH-H.VILLA-LOBOS
Interpretações e Perspectivas do Barroco
Deutungen und Perspektiven des Barock

31. Mai - 2. Juni 2000
Direção científica/Wissenschaftliche Leitung: Dr. A. A. Bispo
Organização: Dr. H. Hülskath

Akademie Brasil-Europa
ISMPS/IBEM


em cooperação com/in Zusammenarbeit mit:

Musikwissenschaftliches Institut der Universität zu Köln - Hauptseminar "Die Musik Brasiliens"

 

Introdução ao Colóquio Brasil 2000:

Comemorações dos 500 anos do Brasil e o Ano Bach 2000

 

A realização de um congresso internacional por ocasião da passagem dos 500 anos do Descobrimento do Brasil e da comemoração do ano 2000 foi decidida oficialmente durante o congresso internacional que foi levado a efeito no Rio de Janeiro em 1992, ano dos 500 anos do Descobrimento da América e da conferência internacional do meio ambiente. Este congresso fora planejado durante anterior congresso internacional realizado em São Paulo, em 1987, ano de comemorações de H. Villa-Lobos, sob os auspícios da Secretaria de Estado da Cultura, da Fundação Nacional de Arte do Ministério da Cultura e da UNESCO(IMC), um evento que foi situou em longa série de atividades anteriores.

O congresso de 1992, com o patrocínio da Secretaria de Cultura da Presidência da República, teve lugar na Universidade Federal do Rio de Janeiro e contou com o apoio da Fundação Biblioteca Nacional, do Museu Nacional, do Museu Imperial, do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, da Ordem de São Bento e várias instituições de ensino superior de diferentes estados e associações culturais e científicas nacionais e internacionais, assim como organizações pontifícias.

A organização do congresso previsto para o ano 2000 foi delegada à Akademie Brasil-Europa de Ciencia da Cultura e da Ciência (Akademie Brasil­Europa für Kultur-und Wissenschaftswissenschaft), denominação pela qual passou a ser conhecida uma entidade já de há muito instituida, representante de uma longa tradição de ideais de cooperação internacional.

No decorrer de encontros internacionais realizados nos anos seguintes, decidiu-se que o congresso pela passagem do milênio deveria ter uma natureza sui-generis, constituindo-se em evento aberto que deveria cobrir o período de 1999 a 2001, marcando o término do milênio, o ano de 2000 e o início do século XXI.

De acordo com esse plano, o evento foi inaugurado pelo Congresso Internacional " Brasil­Europa 500 Anos: Música e Visões" , realizado em Colonia, na República Federal da Alemanha, de 3 a 7 de setembro de 1999. Esse congresso, efetuado sob os auspícios da Embaixada do Brasil na Alemanha, contou com o apoio da Universidade de Colonia, da Prefeitura e da Arquidiocese de Colonia, da emissora Deutsche Welle, da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e de várias universidades e instituições de ensino superior e de pesquisa do Brasil, de Portugal e de outros países europeus.

Um das intenções na escolha do tema foi a de retomar a discussão de relações e analogias que parecem existir entre a filosofia e a música, discussão essa que marcou, em meados da década de sessenta, os primórdios dos trabalhos da organização hoje denominada Akademie Brasil-Europa. As reflexões de então partiram do estudo crítico de obras de J. Maritain, um pensador que viu uma certa correspondência entre a filosofia e a música relativamente à realização da idéia factiva, ou seja ao ato criador. No seu pensamento assume particular importância a visão interna que o criador tem de sua obra e a maneira pela qual esta imagem concretiza-se no mundo exterior, não devendo a obra vir a ser imitação a ser feita da imagem pré-concebida, porém resultado de uma transfiguração dependende de determinada atitude a ser assumida pelo homem. Um processo semelhante valeria sob o aspecto ético. Nesse processo de analogia com a realização musical residiria um elemento essencial de uma ciência da liberdade.

A retomada dessa discussão efetuou-se, naturalmente, sob aspectos adequados à data comemorada. As atenções dirigiram-se às múltiplas relações entre visões e música na história euro-brasileira, assim como aquelas existentes entre a música e a imagem do Brasil e de sua cultura através dos séculos. A temática deveria também servir de incentivo e de modêlo a outros empreendimentos, objetivo este que foi atingido de maneira não esperada, uma vez que algumas associações, entre elas círculos brasileiros na Alemanha e sociedades teuto-brasileiras, imitaram e repetiram, nas suas comemorações, o tema proposto pelo congresso. Há revistas teuto-brasileiras que, sem pejo, inspiram-se nos temas próprios do trabalho pela Akademie e que procuram "ocupá-los", de forma ridícula e tristemente reveladora de falta de princípios éticos.

Dos trabalhos do ano 2000, merece ser dada uma consideração especial ao Colóquio realizado pelo Institut für Studien der Musikkultur des Portugiesischen Sprachraumes e.V./Instituto Brasileiro de Estudos Musicológicos em cooperação com o curso "Música no Encontro de Culturas" do Instituto de Musicologia da Universidade de Colonia. Esse colóquio teve como tema " H. Villa-Lobos e J.S. Bach" . A escolha desse tema foi motivada pela passagem dos 250 anos da morte de Johann Sebastian Bach.

Pareceu ser altamente oportuno considerar o relacionamento entre a Europa e o Brasil à luz das comemorações desse grande vulto da História da Música. Poucos países do mundo podem dizer, como o Brasil, que o seu mais renomado compositor tenha criado uma obra monumental que leva o nome de Bach: as " Bachianas Brasileiras" de Heitor Villa-Lobos. O estudo das relações entre H. Villa-Lobos e a música de J.S. Bach dá também ensejo a reflexões referentes ao relacionamento entre música e visões e leva à problemática do Barroco e do seu re-descobrimento no século XX. Os trabalhos relativos a H. Villa-Lobos tiveram a honra de receber colaboração do Prof. Dr. Ricardo Tacucchian, ex-presidente da Academia Brasileira de Música e decano da Universidade do Brasil.

Um vulto que também foi comemorado no ano 2000 foi Albert Schweitzer, filósofo, teólogo e músico que exerceu relevante papel na recepção de J. S. Bach no Brasil e na história das entidades que se vinculam à tradição da Akademie Brasil-Europa. Também o seu pensamento mereceu particular consideração no âmbito dos trabalhos desenvolvidos.

Aqui fica o nosso mais sincero agradecimento às instituições que colaboraram com o evento, aos participantes do colóquio e sobretudo aos músicos que possibilitaram a audição de obras de H. Villa-Lobos, em particular aos membros da Rádio da Alemanha Ocidental (WDR).

 


 

Die Veranstaltung eines internationalen Kongresses im Jahre 2000 zum Anlaß der Entdeckung Brasiliens vor 500 Jahren wurde bei dem internationalen Kongreß offiziell beschlossen, der unter der Schirmherrschaft des Kultursekretariats des brasilianischen Präsidialamtes im Kolumbus-Jahr 1992 zum Anlaß der Entdeckung Amerikas vor 500 Jahren gleichzeitig mit der Umweltklimakonferenz in Rio de Janeiro stattfand. Dieser Kongreß wurde in der Bundesuniversität von Rio de Janeiro (UFRJ) abgehalten und von deren José-Bonifácio-Stiftung, von der Stiftung der Nationalbibliothek, vom Nationalmuseum, vom "Museu Imperial" (Petrópolis), vom Brasilianischen Historischen und Geographischen Institut, von der Brasilianischen Bischofskonferenz und vielen anderen Institutionen des Hochschulwesens sowie kulturellen und wissenschaftlichen Organisationen des In- und Auslandes unterstützt. Die wissenschaftliche Leitung oblag dem I.S.M.P.S. e.V. in Zusammenarbeit mit Fachkommissionen in Brasilien und den brasilianischen Gesellschaften für Musikwissenschaft und Volkskunde. Die Teilnahme deutscher Experten wurde u.a. durch die Deutsche Forschungsgemeinschaft ermöglicht. Gleichzeitig fand ein kirchenmusikalisches Symposium des Forschungsinstituts der päpstlichen Organisation für Kirchenmusik statt, das ein Projekt zur Untersuchung der Musikkulturen der Indianer in Gang setzte, welches vom Auswärtigen Amt der Bundesrepublik Deutschland nach Anhörung des Brasilianischen Außenministeriums gefördert wurde.

Die Veranstaltung dieses Kongresses war wiederum bei dem vorausgegangenen, im Villa-Lobos-Jahr 1987 in São Paulo stattgefundenen internationalen Kongreß von den versammelten Experten aus allen Regionen Brasiliens und anderen lateinamerikanischen Ländern beschlossen und thematisch mit Schwerpunkt auf der Indianer-Problematik bestimmt worden. Dieser Kongreß stand unter der Schirmherrschaft des Kulturministeriums Brasiliens und wurde vom Kultursekretariat des Bundesstaates São Paulo, von der Universität des Staates São Paulo, von der UNESCO (I.M.C.) und mehreren anderen Hochschulen, Organisationen, Museen und Forschungseinrichtungen unterstützt. Auch dieser Kongreß wurde vom I.S.M.P.S. e.V. initiiert und in Zusammenarbeit mit Fachkommissionen in Brasilien wissenschaftlich vorbereitet. Er stützte sich wiederum auf vorhergehende Tagungen.

Die Organisation des für das Jahr 2000 geplanten Kongresses wurde der Akademie Brasil-Europa für Kultur- und Wissenschaftswissenschaft übertragen, eine Bezeichnung, unter der seitdem eine bereits lange bestehende und eingetragene Organisation bekannt werden sollte, die eine weiter zurückreichende Tradition von Idealen der internationalen wissenschaftlichen Zusammenarbeit repräsentiert.

Bei internationalen Tagungen, die in den folgenden Jahren stattfanden, wurde entschieden, daß der Kongreß zum Millenium-Wechsel von besonderer Art sein sollte. Er sollte zu einem offenen Ereignis werden, das den Zeitraum von 1999 bis 2001 umfaßt und damit das Ende des Jahrtausends, das Jahr 2000 und den Beginn des 21. Jahrhunderts kennzeichnen sollte.

In diesem Sinne fand in der Bundesrepublik Deutschland vom 3. bis zum 7. September 1999 der internationale Kongreß "Brasil-Europa 500 Jahre: Musik und Visionen" als Eröffnungveranstaltung statt. Dieser Kongreß stand unter der Schirmherrschaft der Brasilianischen Botschaft und wurde durchgeführt mit Unterstützung durch die Universität zu Köln, die Stadt Köln, die Erzdiözese Köln, die Deutsche Welle, die Nationalkommission für die Kommemorationen der Entdeckungen Portugals, die Bischofskonferenz Brasiliens, das Forschungsinstitut der päpstlichen Organisation für Kirchenmusik sowie mehrere Universitäten und Forschungsinstitutionen Brasiliens, Portugals und anderer europäischer Länder.

Eine der Intentionen bei der Themenwahl dieses Kongresses war es, die Diskussion über Bezüge und Analogien, die zwischen Philosophie und Musik bestehen, wiederaufzunehmen. Diese Diskussion kennzeichnete Mitte der sechziger Jahre den Tätigkeitsbeginn der Organisation, die heute kurz Akademie Brasil­Europa genannt wird. Die Überlegungen gingen damals von dem kritischen Studium von Werken von Jacques Maritain aus, einem Denker, der Entsprechungen zwischen Philosophie und Musik bezüglich der Realisierungsart der faktitiven Idee beim schöpferischen Akt sah. Nach seiner Auffassung ist die innere Vision, die der Schöpfer von seinem Werk hat, sowie die Art und Weise, wie sich dieses Bild in der äußeren Welt konkretisiert, von besonderer Bedeutung. Das Werk darf nicht zu einer Imitation des vorgefaßten Bildes werden, sondern es soll Ergebnis einer Transfigurierung sein, die von der von dem Menschen angenommenen Haltung abhängt. Ein ähnlicher Prozeß würde auch unter ethischem Aspekt gelten. Diesem der musikalischen Realisierung analogen Prozeß wohne ein wesentliches Element einer "Wissenschaft der Freiheit" inne.

Die Wiederaufnahme dieser Diskussion erfolgte beim Eröffnungskongreß naturgemäß nur unter Aspekten, die dem Anlaß angemessen waren. Die Aufmerksamkeit richtete sich auf die vielfältigen Beziehungen zwischen Visionen und Musik in der euro-brasilianischen Geschichte sowie auf diejenigen, die zwischen Musik und dem Bild Brasiliens und seiner Kultur über die Jahrhunderte bestanden. Die Thematik sollte auch als Anregung und Modell für weitere Veranstaltungen dienen. Dieses Ziel wurde sogar in einer nicht vorherzusehenden Weise erreicht, da einige Vereine, unter ihnen brasilianische Zirkel und Gesellschaften in Deutschland, in ihren Kommemorationen das vom Kongreß vorgeschlagene Thema aufnahmen.

Der vorliegende Band beinhaltet eine Auswahl der im Jahre 2000 durchgeführten Arbeiten. In ihn wurden auch Übersetzungen einiger der im Kongreßbericht des Jahres 1999 bereits veröffentlichten Beiträge und Zusammenfassungen aufgenommen. Zum Anlaß des symbolischen Datums 2000 werden einige Daten zu der fast ein Jahrhundert währenden Geschichte von Bestrebungen und Initiativen aufgeführt, die der Organisation, die heute Akademie Brasil-Europa heißt, vorausgingen und sie vorbereiteten. Es werden auch einige Informationen über die in den letzten drei Jahrzehnten durchgeführten Arbeiten sowie Beiträge, die frühere Veranstaltungen prägten und zum besseren Verständnis der Zielsetzung des Kongresses dienen, veröffentlicht.

Eine besondere Berücksichtigung ist dem Kolloquium gewidmet, das vom I.S.M.P.S. e.V. /I.B.E.M. in Zusammenarbeit mit der Vorlesungsreihe "Musik in der Begegnung der Kulturen" des Musikwissenschaftlichen Instituts der Universität zu Köln im Mai/Juni 2000 veranstaltet wurde. Zum Anlaß der 500-Jahr-Feier Brasiliens wurde in diesem traditionsreichen Institut ein Hauptseminar zur Musik Brasiliens abgehalten.

Das Thema des Kolloquiums lautete "H.Villa-Lobos und J.S.Bach: Deutungen und Perspektiven des Barock". Die Wahl dieses Themas wurde durch das Gedenken des Todes von Johann Sebastian Bach vor 250 Jahren bestimmt. Es schien besonders angebracht zu sein, die Beziehungen zwischen Europa und Brasilien im Licht der Kommemorationen dieser herausragenden Gestalt der Musikgeschichte zu betrachten. Brasilien kann sogar von sich behaupten, daß sein namhaftester Komponist ein monumentales Werk geschaffen hat, das den Namen Bachs trägt: die " Bachianas Brasileiras". Die Untersuchung der Beziehungen zwischen H.Villa-Lobos und der Musik von J.S.Bach veranlaßt Überlegungen grundsätzlicher Art in bezug auf die Beziehung zwische Europa und Brasilien, da sie zum Problemkreis des Barocks und dessen Wiederentdeckung im 20. Jahrhundert sowie Präsenz in der Gegenwart führen.

Im Jahr 2000 wurde auch Albert Schweitzer gefeiert, ein Arzt, Philosoph, Theologe und Musiker, der eine bedeutende Rolle in der Rezeption von J.S.Bach in Brasilien spielte.

Hier sei unser herzlicher Dank an die Institutionen ausgesprochen, die zum Kolloquium beigetragen haben, an die Referenten und an die Musiker, die die Aufführung von Werken von H.Villa-Lobos ermöglicht haben, insbesondere an die Mitglieder des Rundfunkorchesters des Westdeutschen Rundfunks (WDR).

 

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