Prof. Dr. A. A. Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e curadoria científica
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N° 65 (2000: 3)


 

 

Congresso Internacional Brasil-Europa 500 Anos
Internationaler Kongreß Brasil-Europa 500 Jahre

MÚSICA E VISÕES
MUSIK UND VISIONEN

Colonia, 3 a 7 de setembro de 1999
Köln, 3. bis 7. September 1999

Sob o patrocínio da Embaixada da República Federativa do Brasil
Unter der Schirmherrschaft der Botschaft der Föderativen Republik Brasilien

Akademie Brasil-Europa
ISMPS/IBEM

Pres. Dr. A. A. Bispo- Dir. Dr. H. Hülskath

em cooperação com/in Zusammenarbeit mit:

Deutsche Welle
Musikwissenschaftliches Institut der Universität zu Köln
Institut für hymnologische und musikethnologische Studien

 

ZUR BEDEUTUNG DES THEMAS AUS MUSIKHISTORISCHER SICHT

Prof. Dr. Gerhard Doderer
Departamento de Ciências Musicais, Universidade Nova de Lisboa

 

Em alocução de abertura da sessão de trabalhos histórico-musicais do Congresso, o autor, diretor co Departamento de Ciências Musicais da Universidade Nova de Lisboa, tratou do significado do tema sob a perspectiva histórico-musicológica. Após traçar um panorama da música no contexto da história do Brasil, salientou alguns aspectos demonstrativos da reciprocidade das relações entre a Europa e o Brasil. Citou notícias de cartas de jesuítas do século XVI, o órgão alemão enviado de Portugal ao Brasil por ocasião da fundação da diocese de Mariana, em 1747, a execução da obra "A Saloia enamorada" do renomado compositor português Marcos Portugal na Quinta da Boa Vista, em 1812, os planos relativos a Wagner de D. Pedro II, de 1857, e até mesmo o reconhecimento de Antonio Carlos Jobim pela Universidade Nova de Lisboa devido às suas atividades criadoras no campo da música popular. Devido às dimensões do país e ao processo dinâmico de sua formação étnica, cultural e social torna-se difícil ter uma imagem global dos diversos estilos musicais e detectar as influências recíprocas e seus fundamentos. A distinção entre três áreas fundamentadas étnicamente, ou seja, euro-brasileira, afro-brasileira e índio-brasileira já não pode ser mantida.
Na sua conferência principal, o autor tratou de alguns aspectos escolhidos das relações euro-brasileiras do século XVIII. Escolheu para isso o órgão de Mariana e uma coleção de sonatas publicada em 1732, ou seja, da época inicial da história do repertório pianístico. Para enquadrar a sua exposição no contexto adequado, o autor traçou um panorama da situação histórica determinada pela descoberta do ouro em Minas Gerais, manifestada no país e em Portugal. A época de D. João V caracterizou-se por um grande florescimento das artes e da cultura. Assim, construiu-se o palácio-convento de Mafra (Basílica consagrada em 1726), contratou-se Domenico Scarlatti como mestre-capela da corte (1719), fundou-se a Academia Real de História (1720). Também o Brasil participou dessa fase de apogeu cultural e o intercâmbio luso-brasileiro foi, nessa época, particularmente intenso. Passando a tratar com pormenores o órgão de Mariana, o autor elucida que o seu construtor foi Heinrich Hulenkamp, um colaborador de Ar Schnitger e que viveu em Lisboa a partir de ca. 1712. A ele deve-se também o órgão de Faro.
Quanto à coleção de sonatas, trata-se do trabalho de Ludovico Giustini de Pistoia, uma série de 12 sonatas que possuem o mérito de terem sido as primeiras peças genuinamente escritas para o instrumento desenvolvido pelo florentino Bartolomeu Cristofori em fins do século XVII. O compositor nasceu em 1685 e faleceu em 1744. As 12 sonatas são dedicadas a D. António de Bragança, sendo o autor da dedicatória um D. Giovanni di Seixas. Ambos são conhecidos da pesquisa histórica. Depois de ter realizado estudos musicais e teológicos no Rio de Janeiro e Salvador, João de Seixas da Fonseca entrou para a Ordem Beneditina em 1721. Após 3 anos de estadia em Lisboa dirigiu-se à Roma, passando, porém, logo à Florença, obrigado pela situação conflitante entre Portugal e a Santa Sé. Após a publicação das sonatas, retorna a Roma e é consagrado Bispo de Aeropolis. Somente em 1740 voltou ao Brasil, falecendo em Salvador, em 1758. Finalizando a sua exposição, o autor apresenta uma das sonatas dessa coleção executada em instrumento da época. Trata-se de um Fortepiano de 1767 construido nas oficinas da família Antunes de Lisboa, provavelmente o mais antigo exemplar de um instrumento feito segundo os moldes florentinos.

 

Als im April des Jahres 1500 zum ersten Male Portugiesen ihren Fuß auf brasilianischen Boden setzten, war dies der Beginn eines in der der Neuzeit wohl einzigartigen Brückenschlages zwischen dem europäischen und dem südamerikanischen Kontinent. Die Tatsache, dass sich nun in einigen wenigen Monaten ein halbes Jahrtausend dieser kulturgeschichtlichen Beziehungen erfüllt, ist der Anlass für unser heute beginnendes Zusammentreffen, das in besonderer Weise Fragenkomplexen der Musikkultur im Spannungsfeld Europa-Brasilien gewidmet ist. Phänomene, Strömungen und wechselseitige Einflüsse sollen in diesen Tagen aufgezeigt, ausgelotet und verständlich gemacht und ihre Bedeutung in der Kultur- und Wissenschaftsgeschichte für die Vergangenheit, Gegenwart und Zukunft interpretiert werden.

Unsere Aufmerksamkeit wird während des gegenwärtigen Conviviums in besonderer Weise historischen Fragen gelten; da wir in diesem Jahr unseren Blick von einem zentralen Land Europas aus auf Brasilien richten, sei es mir in Anbetracht der - zumindest geographischen - Distanz erlaubt, in kurzen Zügen die Geschichte Brasiliens zu skizzieren und im Anschluss exemplarisch auf einige der vielfältigen verflochtenen Ereignisse musikalischen bzw. musikhistorischen Charakters hinzuweisen.

Brasilien hat teil an der offiziellen Geschichtsschreibung ab dem 22. April 1500, dem Tag, an dem das Land von Portugal in Besitz genommen wurde. Die Frage nach den im heutigen Brasilien entsprechenden Raum lebenden Bevölkerungsgruppen und ihren Kulturen tritt erst allmählich in unser Bewusstsein. Die historische Entwicklung Brasiliens, das fast einhundert Mal so groß ist wie das portugiesische Mutterland, wird entsprechend vornehmlich als die Geschichte derjenigen interpretiert, von denen die Kolonisierung, Missionierung und Erschließung des Landes ausgingen. Dies geschah gezielt durch Portugal ab etwa 1530. Der portugiesische König D. João II. vergab zu diesem Zweck weite Landstriche als erbliche Lehensgüter, die so genannten "capitanias hereditárias", an portugiesische Adlige und an Angehörige des Mittelstandes. I549 wurde ein königlicher Generalgouverneur in São Salvador (Bahia) eingesetzt.

Ihrer klimatischen Verhältnisse und besonderen Fruchtbarkeit wegen eignete sich die neue Kolonie Portugals wie kaum ein anderes Land der damaligen Welt zur groß angelegten Produktion von Zucker. Der große Bedarf an Arbeitskräften wurde ab 1532 bis hin in das Jahr 1851 durch die Einfuhr afrikanischer Sklaven gedeckt. Brasilien war bis etwa 1700 der größte Zuckerproduzent der Welt; der Rohrzucker sollte noch bis ins 19. Jahrhundert eines der Hauptexportgüter des Landes bleiben. Nach den ersten Gold- und Edelsteinfunden im Jahre 1693 und ihrer konsequenten Ausbeutung im Verlauf des 18. Jahrhunderts verlagerte sich das wirtschaftliche Zentrum weg von den Monokulturplantagen des Nordostens (Bahia und Pernambuco) in das zentrale Hochland der Minas Gerais. Dort entstanden Städte kolonialen Baustils nach dem barocken Vorbild Portugals, in denen Malerei, Dichtung und Musik - auch bereits mit eigenständig brasilianischen Äußerungen - Bedeutung erlangten. 1763 wurde Rio de Janeiro zur Hauptstadt der Kolonie. Überzogene Forderungen und Restriktionen aus dem Mutterland führten 1789 zum offenen Ausbruch einer antikolonialen Konspiration, der so genannten "inconfidência mineira" mit dem geistigen Führer Tiradentes. Jedoch erst 1822 sollte diesem Unabhängigkeitsstreben Erfolg beschieden sein: Kronprinz Pedro, der seinen Vater D. João VI. bei der Rückkehr des Hofes ins Mutterland nach dem durch die napoleonischen Kriege bedingten 13-jährigen Exil in Rio de Janeiro nicht begleitete, erklärte am 7. September 1822 die Unabhängigheit und wurde am 1. Dezember desselben Jahres als D. Pedro I zum Kaiser des brasilianischen Reiches gekrönt. 1840 folgte ihm sein Sohn D. Pedro II.

Als gebildeter und kunstliebender Herrscher bekannt, festigte dieser Herrscher politisch umsichtig die brasilianische Monarchie, die sich in kriegerischen Auseinandersetzungen gegen Paraguay (1864-70) behauptete und ab der Jahrhundertmitte wirtschaftlich auf den Gebieten der Kaffee- und Kautschukproduktion florierte. Die ab 1871 intendierte schrittweise Abschaffung der Sklaverei erfolgte endgültig 1888 und hatte 1889 im Zuge eines Putsches die Abseztung des Kaisers und die Ausrufung der Republik zur direkten Folge.

Die Befreiung der ca. 800.000 Sklaven führte allerdings nicht zur Bewältigung der sozialen Probleme; auch die immer intensivere Industralisierung des Landes, ab der Mitte des 20. Jahrhundert vor allem für São Paulo und Rio de Janeiro kennzeichnend, trug eher zu einer Verschärfung als zur Einebnung der gesellschaftlichen Gegensätze bei. Nach zwei längeren Diktaturperioden (1930-45, 1964-85) erfolgte ein Wechsel zu einer modernen, demokratischen Regierungsform; seit 1985 spricht man von Brasilien als der "Nova República".

Lassen Sie mich nun an diese geschichtliche Zusammenfassung einige - willkürlich aus einer unübersehbaren Menge von musikgeschichtlichen Ereignissen herausgegriffene - musikalische Geschehnisse anfügen, die kulturgeschichtliche Hintergründe zu erhellen in der Lage sind und gleichzeitig von den steten Wechselbeziehungen zwischen Europa und Brasilien Zeugnis ablegen:

Im Jahre 1583 schreibt Fernão Cardim, einer der frühen Jesuitenmissionare, über die Bräuche der eingeborenen Indios: "[…] ihre Tänze bestehen nicht nur aus der Bewegung von einem Platz zum anderen, sondern aus einem ständigem Stampfen mit den Füßen, ohne sich vom Fleck zu bewegen, oder sie gehen im Kreis herum, wobei sie den Kopf und Körper hin- und herbewegen, und all dies tun sie mit viel Rhythmus und großer Freude zum Klang einer Rassel […] und so tanzen sie und singen dabei, denn das eine tun sie nicht ohne das andere […] sie behalten in ihrem Gesang einzelne Stimmregister bei und normalmente singen die Frauen die Sopran-, Kontraalt- und Tenorstimmen […]."

Als Einstandsgeschenk für seine neugegründete Diözese erbittet sich der Bischof von Minas Gerais im Jahre 1747 vom König D. João V. die Mittel für den Erwerb einer Orgel. Nach erfolgtem Kauf eines Instruments von ansehlichen Dimensionen wird diese Orgel nach Rio de Janeiro verschifft, auf Eselsrücken nach Minas Gerais transportiert und dort durch einheimische Kräfte zusammengesetzt. Im Jahre 1752 erklingt zum ersten Mal eine große deutsche, in Lissabon gefertigte Pfeifenorgel (der Zufall hat das so gefügt) in der Kathedrale von Mariana, dem Zentrum einer überaus reichen, traditionsbildenden kirchenmusikalischen Pflege.

Im Jahre 1812 kommt auf der Quinta de Boa Vista in Rio de Janeiro eine komische Oper mit dem Namen A Saloia enamorada zur Aufführung, dargeboten durch Sänger, die am Musikkurs für Sklavenarbeiter teilgenommen hatten. Der Komponist des Werks war Marcos António Portugal, seit 1800 Hofkapellmeister in Lissabon und ab 1811 als Leiter der brasilianischen Hofkapelle, Musiklehrer und musikalischer Schauspieldirektor des Königshofs in Rio de Janeiro. Den Text hatte der brasilianische Dichter Domingos Caladas Barbosa verfasst.

Am 8. Mai und am 26. Juni des Jahres 1857, während seines Schweizer Exils, schreibt Richard Wagner an Franz Liszt und berichtet über eine Einladung seitens des Kaisers D. Pedro II bezüglich eines Besuchs und einer Auführung des Tristan (in italienischer Sprache) in Rio; mit seiner beglückten Zusage sendet Wagner drei Opernpartituren an D. Pedro II. Solcherlei Pläne erfuhren jedoch niemals ihre Verwirklichung, erst im September 1883 kam es zu einer wenig erfolgreichen italienischen Inszenierung des "Lohengrin" im Teátro Lírico in Rio.

Dem Brasilianer António Jobim, bekannt und geschätzt als populärer Musiker und Autor von Filmmusiken, wurde im Jahre 1993 durch die Faculdade de Ciências Sociais e Humanas der Neuen Universität von Lissabon in Anbetracht seiner Kreativität und Leistungen auf dem Gebiet der U-Musik die Ehrendoktorwürde verliehen.

Diese angeführten Ereignisse sollen als schlaglichtartige, vier Jahrhunderte und die verschiedensten Musikbereiche Brasiliens umfassende Beipiele zu verstehen sein; ihre Zahl ließe sich beliebig vergrößern und zu einer unübersehbaren Lichterkette erweitern. In ihrer Gesamtheit durchdringen sie - wirkend und wechselwirkend - die Kulturgeschichte nicht nur der Region, in der sie sich vollzogen, sondern auch die Kulturgeschichte desjenigen Landes, von dem sie initiiert oder absorbiert wurden.

Im Laufe seiner Geschichte wurden in Brasilien Völker unterschiedlicher Herkunft zu einer Nation vereint. Neben verschiedenen Tupi- und anderen Indio-Gruppen trugen west- und zentralafrikanische Bevölkerungsteile, aber auch die im 19. und 20. Jahrhundert sesshaft gewordenen Europäer und Asiaten dazu bei, dass sich heute in Brasilien kulturell überaus vielschichtige und zahlreiche heterogene Phänomene konstatieren lassen. Ständige Verschmelzungs- und Erneuerungsprozesse machen ethnisch begründete Differenzierungen oftmals unmöglich und verwischen Grenzen zwischen urbanen und ruralen Kulturmanifestationen, auch und gerade musikalischen Charakters. Entsprechend schwierig ist es, ein einigermaßen geschlossenes Bild der verschiedenen brasilianischen Musikstile zu fixieren, ihre Grundlagen aufzuspüren und wechselseitige Einflüsse einzuordenen. Eine strikte Trennung in drei ethnisch begründete Kulturbereiche, den "Indio-brasiliansichen", "Euro-brasilianischen" und den "Afro-brasilianischen", dürfte in dieser Form längst nicht mehr zu rechtfertigen sein. Wir haben es schließlich mit Musik zu tun, die trotz ihrer mehr oder minder eindeutig feststellbaren Herkunft doch etwas Neues, nämlich Brasilianisches, darstellt. Ihre Wurzeln und Verzweigungen, ihre Ausprägungen und Wechselbeziehungen besser zu verstehen und verständlich zu machen, ist Sinn und Zweck unseres Kongresses. Ich hoffe und wünsche, dass dies gelingen möge.

 

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Texto sem notas, bibliografia, exemplos musicais e ilustrações.
Artigos completos nos Anais do Congresso "Brasil-Europa 500 Anos: Música e Visões".

Text ohne Anmerkungen, Bibliographie, Notenbeispiele und Illustrationen.
Vollständige Beiträge im Kongressbericht "Brasil-Europa 500 Jahre: Musik und Visionen".

 

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