Timbre Correspondencia Euro-Brasileira

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N° 12 (1991: 4)


 

A Marcha da Liga da Defesa Paulista:
"O Passo do Soldado" de Marcello Tupynambá

(Excerto)

 

Marcelo Tupinamba O Passo do SoldadoA Revolução de 1930 teve seu início no Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Norte e Nordeste do Brasil. Tratava-se de impedir, por parte da Aliança Liberal, a tomada de posse do candidato eleito à Presidência da República, o paulista Júlio Prestes de Albuquerque. A deposição de Washington Luís e a instauração de uma Junta Militar impediram o assalto a São Paulo. O comandante da Segunda Região Militar assumiu o govêrno do Estado e impediu a subida do Partido Democrático, que colaborava com o movimento da Aliança Democrática.

A "Liga da Defesa Paulista", fundada em 28 de maio de 1931, foi constituída por uma comissão presidida pelo Dr. Francisco de Sales Vicente de Azevedo e tinha como objetivo "lutar pelos interesses de São Paulo, reconquistando seus direitos". Lançou um manifesto a todos os paulistas pedindo que se unissem "sob a bandeira do ideal comum, a fim de que São Paulo" pudesse retornar "à posse de si mesmo". (Antonio Barreto do Amaral, Dicionário de História de São Paulo, São Paulo, 1980, 277).

O compositor da "Marcha da Liga da Defesa Paulist"a, Marcelo Tupinambá (pseudônimo de Fernando Lobo, 1892-1953), foi, desde a sua infância, no interior de São Paulo, relacionado com a música para banda. De família de músicos - o seu tio foi o compositor ituano Elias Álvares Lobo (1834-1901) - cresceu em contacto com a prática musical da banda regida por seu pai, Eduardo Lobo, em Tietê. O seu "Passo do Soldado" parece exemplificar essa formação pela simplicidade, por assim dizer placativa e de efeito da linha melódica que o caracteriza.

O autor da letra, Guilherme de Almeida (1890-1969), fundador da Sociedade de Instrução Artística do Brasil (1913) e secretário do Conselho Estadual de Bibliotecas e Museus, jornalista e poeta, ativo no Movimento Modernista, parte da associação entre o "passo do soldado" e o "compasso seguro de um passado, um presente e um futuro"; o soldado deveria ver que era grande, que toda a terra se atiraria a seus pés; deveria portanto estremecer de orgulho e erguer os braços, ergundo ao mesmo tempo braços de poeira aos seus pés.
O refrão exprime um convite ao soldado paulista para deixar uma marca na História: "Marcha, soldado paulista, Marca o teu passo na História! Deixa na terra uma pista: Deixa um rastilho de gloria!" Guilherme de Almeida viria a ser também autor da letra da "Canção do Expedicionário", hino da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial.

O Passo do Soldado

 

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