Timbre Correspondencia Euro-Brasileira

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N° 10 (1991: 2)


 

PESQUISA HISTÓRICA DE HINOS ALAGOANOS

Antonio Alexandre Bispo

(Excerto)

 

Por ocasião da comemoração da passagem dos 300 anos de fundação de Penedo, em 12 de abril de 1936, apresentou-se o "Hyno do Tricentenário", com música de Manoel Tertuliano Filho e letra de Jonas Batinga (Decreto n° 53 de 7 de abril de 1936):

"Alagoas, da Pátria luzeiro, Viu-te um dia Penedo nascer, Has-de sempre por isso, altaneiro, O seu nome entre glórias erguer! // Em três séculos a Pátria bem viu/ Como sabe este povo ter fé; E hoje mais do que nunca sentiu / Vomo vive o Penedo de pé" (...) Côro - "Céus e rios em que Deus se revela! Corações que não sabem ter medo! Alma grande, de fé tnao singela! Salve, terra querida, Penedo!"

Em 2 de agosto de 1974, o prefeito Alcides dos Santos Andrade encaminhou um projeto de lei em regime de urgência, considerando este hino como "Hino Municipal de Penedo" (GAPRE 240/74 - SEPLANO PRe 1944-189; E. Mero, op.cit.). A Câmara Municipal aprovou-o, sendo o mesmo sancionado pela Lei N° 683 de 7 de setembro de 1974.

Maurilia Lima Antunes Hino do Bicentenario Penedo ALO Paço Imperial de Penedo, sobrado que serviu de abrigo ao Imperador em 1859 e que agora pertence à Fundação Educacional do Baixo São Francisco, apresenta aos visitantes, emoldurado, o "Hino do Bicentenário da Conclusão do Convento Nossa Senhora dos Anjos de Penedo", com música e letra de Maurília Lima Antunes.

"Há duzentos anos foi concluido, Nesta bela casa de orações, Abrigo seguro para todos, Franciscanos, jovens e anciões // De longe vieram os portuguezes, Construir aqui esta mansão, Alegria para os penedenses, Ficando entre nós a gratidão; Refrão - São Francisco, São Francisco, Grande Arauto do Senhor! Ajudai-nos a viver, O Mistério do Divino Amor."

A Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas (XXXVII, págs. 255-261) publicou, em 1981, a "História do Hino de Alagoas de Moacir Medeiros de Sant'Ana. Os principais dados oferecidos nesse pormenorizado estudo são os seguintes:

Hymno do Estado AlagoasO estudo de Moacir Medeiros de Sant'Ana trata detalhadamente dos problemas relacionados com a letra do Hino de Alagoas. Do ponto de vista musical, seria porém necessário salientar as graves ressalvas de plagiato feitas em 1928 por Luiz Lavenère na sua conferência "A Música em Alagoas":

"A musica é de todas a arte mais difficil, pois o material de que se serve o artista é um material incorporeo, fugacissimo. // A sua obra está sujeita aos caprichos de outro artista que a interpretará mal ou bem. // A memoria do som é infiel e traiçoeira. // O musico é o unico artista que pode inconscientemente, de boa fé, invadir a seara alheia, convencido de que está fazendo obra sua. // Foi o que aconteceu a Benedicto Silva, compondo o Hymno do Estado das Alagoas.// (...) Sem o querer, sem saber que plagiava, Benedicto Silva compoz a sua obra com o material alheio: Hymno Brasileiro, A Marselhesa, a Norma. // A pianista vai executar e confrontar os trechos princiapes do Hymno do Estado. // Não é preciso ouvil-o em pé... Neste momento não é um hymno. // (...) Quero crer que Benedicto Silva não tivesse deliberadamente incorrido nessa falta. A commissão julgadora, si houve, das composições em concurso, deveria ter sido mais versada no assumpto e evitado que uma Lei do Estado amparasse uma obra defeituosa e prejudicial aos creditos de seu autor. // O erro não deve causar vergonha, sinão a quem se julgar infallivel; mas, persistir no erro, amparar o erro, isso, sim, é condemnaval. Não estou, portanto, condemnando aquelle que errou. // O hymno do Centenario de Deodoro foi igualmente um resultado da infidelidade de memoria // (...) A melodia desse hymno é integralmente da opereta A viúva Alegre, como ides ouvir."

Tendo o autor do Hino do Centenário de Deodoro contestado na imprensa esta acusação de plágio, L. Lavenère escreveu uma nota à publicação de sua conferência, onde sob o título "Accentuação" e citando léxicos internacionais, mostra um simples deslocamento de acentos no texto adaptado à melodia da Viúva Alegre. O historiador Moacir Medeiros de Sant'Ana dedicou um alentado trabalho ao compositor Benedito Raimundo da Silva e sua época. Também Guiomar Alcides de Castro procurou elementos biográficos para uma plaqueta relativa a esse compositor.

(...)

 

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