Timbre Correspondencia Euro-Brasileira

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N° 08 (1990: 6)


 

Literatura

 

Luís Trindade, Genealogia da Música Popular Universalizada

Porto: Contraponto, 1984. 204 pp. Conteúdo: I. Esboço Histórico; II. Retrato impressivo da condição humana dos negros; III. A música e o escravo; IV. Blues: forma e substância; V. A música espiritual negra; VI. Remição da música popular negra; VII. Introdução à criação musical popular da América branca; VIII. A imitação dos negros; IX. Country & Western: Causalidade, temática e estrutura; X. A ligação da Country music à folk song; XI. Beatles - ou a primeira síncrese qualitativa no seio da Pop/rock; XII. Bob Dylan: O veio da remição musical norte-americana.

Luis Trindade Genealogia da Musica PopularO livro foi concluído em 1980. O autor escreve no seu prefácio:

"Este prelúdio teve o intuito de avisar o leitor de que não irá deparar com uma genalogia em termos etnológicos, mas com uma análise englobante que inventou a sua própria dinâmica. Do mesmo modo, não encontrará um conjunto de hist´órias (...). Pelo contrário, irá ser confrontado com uma abordagem que aglutina intencionalmente variadas perspectivas analíticas (...), tendo por finalidade um visionamento da totalidade do fenómeno artístico-cultural relativo à música popular universalizada. (...) O nosso roteiro analítico (...) parte sempre de postulados que procuram gerar uma visão de conjunto (...). A evolução cronológica será uma das ausências mais notadas. Contudo, essa subtracção foi voluntária e consciente, já que preferimos perscrutar as estruturas básicas (...)." (págs. 5-8)

Jorge Lima Barreto Grande Musica NegraO autor trata no último capítulo da "perversidade inveterada dos negros" (sic !) (pág. 204) e termina o seu livro com a seguinte frase: "A marginalidade do blues antecedeu a remição de um campo musicológico universalizado - especificamente negro - e caucionou a primeira síncrese transgressora, que sustentou a caminhada universalizante do Rock. A perversidade une a fluidez de ambos no rasto do blues e na sistematização de uma contra cultura" (pág. 204).

Essas citações tornam comentários supérfluos: um livro absurdo que só a apresentação editorial o difere de numerosas obras vulgares que desmerecem a imprensa portuguesa, como por exemplo o trabalho de Jorge Lima Barreto, Grande Música Negra, Cadernos de Teoria do Conhecimento 4, Porto, 1975. Uma pequena prova:

"Os detentores da cultura (a burguesia que está no Poder, nos meios de Informação, nas escolas...) tem de começar a ser autêntica com o Povo: dar-lhe a conhecer os seus prazeres (...) . Se o povo não gosta de jazz e continua a suportar a mixórdia da música ligeira é porque a repressão não lhe pemitiu que a entendesse. Os Fascistas só davam m (....) ao Povo, também porque eles nada mais tinham para oferecer." (pág. 13)

 

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