Timbre Correspondencia Euro-Brasileira

Prof. Dr. A. A. Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e curadoria científica
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N° 02 (1989: 2)


 

Schluss-Konzert Mozarteum 1919

Trabalhos na Áustria e Itália

Revitalização do ideal da Academia Brasil-Europa

pelos 70 anos do concerto de encerramento do Mozarteum 1919
(término de estudos de Martin Braunwieser)

  • Viagem do ISMPS a Salzburg com Martin Braunwieser
  • Entrevistas e trabalhos in loco para a realização de monografia sobre a sua vida e obra
  • O Mozarteum em 1919/20e o Festival de Salzburg:
    Recuperando a tradição do ideal que levaria aos trabalhos de Kipmann/Braunwieser no Brasil
  • Estudos preparatórios para a revitalização do ideal da Akademie Brasil-Europa
  • Visitas a instituições e autoridades de Salzburg
  • Missa solene na Catedral de Salzburg
    Retiro para estudos e análise dos resultados do simpósio no Lago Maggiore, Como e Brixen
  • Homenagem: 125 anos de Eugen d'Albert (1864-1932)- um músico que uniu continentes

 

 

Após o término dos eventos na Alemanha, o ISMPS organizou uma viagem do Mtro. Martin Braunwieser à sua cidade natal, Salzburg. Lá teve a oportunidade de assistir à missa solene festiva na Catedral onde atuou como instrumentista na sua infância. Além de motetos vocais apresentados por côro polifônico, o conjunto coro-orquestral ainda mantido pela Catedral executou, de acordo com ininterrupta tradição secular, a "Missa Trinitatis" de W. A. Mozart.

 

Ehrung Martin Braunwiesers

Braunwieser no Monumento a Mozart em SalzburgDieses Jahrhundert war nicht nur in der Musik von tiefgreifenden Umwälzungen, neuen Überzeugungen, visionären Ideen und technischen Fortschritten gekennzeichnet, sondern auch von Revolutionen, kriegerischen Auseinandersetzungen nie gekannten Ausmaßes und existentiellen Bedrohungen von Mensch und Natur trotz aller Versuche, die äußere und innere Not der Welt zu lindern. Sie (Martin Braunwieser) haben wie kaum ein anderer den Puls dieses das bereits nahende 3. Jahrtausend vorbereitenden Jahrhunderts gespürt und zugleich die Kontinuität des allzeit Gültigen zu wahren gesucht.

Als Kind Alt-Österreichs, als Sohn Salzburgs, der Stadt Mozarts, einer Stadt, die als Geburtsort Sigismund von Neukomm, als letzte Ruhestätte Michael Haydns sowie durch ihre reichhaltige Musiktradition vielleicht am meisten die Alte Welt musikalisch verkörpert, sind Sie in einer Landschaft von einmaliger Schönheit aufgewachsen, in deren reichhaltigem Kulturboden Sie Ihre geistigen und künstlerischen Wurzeln haben. Mit keinen besseren Worten als denen von Bernhard Paumgartner, dem großen Direktor des Mozarteums, Ihrem hochverehrten Lehrer und Freund, könnte hier an Ihre Heimat gedacht werden:

"Es ist ein Strahlungszentrum ehrwürdiger landschafts-und kulturbedinter Traditionen. Das geistliche Betreuungsgebiet der kleinen fürterzbischöflichen Residenzstadt reichte schon im frühen Mittelalter weit nach Osten, bis tief ins Ungarische hinein. Nach Humboldt gehört seine natürliche Umgebung zu den schönsten Gegenden der Erde. Die gemütvolle Aktivität dieser Landschaft hat Form und Geist der in sie organisch eingeordneten Stadt nach ihrem Antlitz gebildet. (...) Das Ganze aber schließt sich zu völliger Harmonie der Gegensätze zusammen, zur tönenden Trias harmonica, einem Dreiklang von unvergleichlicher Eindrücklichkeit: Ebene als Urgrund und Wiege (Tonika), das beherrschende Hochgebirge als Dominante, das Mittelgebirge als Mediante lieblich die schrofferen Gegensätze versöhnend." (B. Paumgartner, "Von Sinn, Begriff und Tradition der Salzburger Festspiele", Österreichische Musikzeitschrift, Sonderheft 1967)

(...)


Homenagem a Martin Braunwieser

Este século caracterizou-se, não só na música, por profundas transformações, novas convicções, idéias visionárias, progresso técnico (...). Caracterizou-se, porém, também por revoluções, conflitos e ameaças de dimensões jamais anteriormente alcançadas. O Sr. (Martin Braunwieser) sentiu como poucos o pulso deste século preparador do terceiro milênio que já se aproxima, procurando, ao mesmo tempo, manter a continuidade dos valores que lhe pareceram independentes da transitoriedade rápida do tempo.

Natural da antiga Áustria, filho de Salzburg, uma cidade que tornou-se o centro mozartiano por excelência, berço de Sigismund von Neukomm, último descanso de Michael Haydn e que por seu patrimônio musical corporifica musicalmente talvez mais do que qualquer outra a velha Europa, o Senhor cresceu rodeado de uma paisagem de beleza única, em cujo humo cultural o Senhor tem as suas raízes humanas e artísticas. A sua cidade natal não poderia ser descrita com melhores palavras do que aquelas de Bernhard Paumgartner, o grande diretor do Mozarteum, seu professor e amigo:

"Trata-se de um centro de irradiação de veneráveis tradições condicionadas pela paisagem e pela cultura. A área de jurisdição espiritual da pequena cidade-residência de príncipes-arcebispos já alcançava na Idade Média regiões avançadas ao leste, entrando bem a fundo no território húngaro. Segundo Humboldt, as suas redondezas naturais são das mais belas regiões da Terra. O movimento de linhas dessa paisagem deu Forma e Espírito à cidade, ordenada como está organicamente no quadro natural. Situando-se no centro de um plano que se abre a ocidente, ladeada pelo burgo majestoso, apoia-se ela em duas colinas protetoras, sendo cortada em belas curvas pela corrente rápida do rio Salzach. De sudeste a sudoeste espalham-se as serras e as montanhas rochosas cobertas de luminosa neve que se levantam do centro do escuro acorde menor do Untersberg e que se distanciam da terna fisionomia urbana pela baixada dos campos de Walser. Ao norte, a visão é limitada pelas suaves montanhas médias, sem ser porém totalmente impedida. O todo é unificado numa completa harmonia de elementos contrários, resultando uma tríade harmônica de incomparável expressividade: Plano como fundamento e beerço (Tônica), as altas serras soberanas como Dominante, as montanhas médias como Mediante que reconcilia amavelmente as forças contrastantes." ((B. Paumgartner, "Von Sinn, Begriff und Tradition der Salzburger Festspiele", Österreichische Musikzeitschrift, Sonderheft 1967).

(...)

 

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